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u talvez estaria nesse
momento plagiando o colunista Stephen Kanitz, mas quero trazer o mesmo pensamento
aqui para o nosso convívio doméstico da nossa velha política republicana.
O autor Kanitz em um
artigo intitulado “entenda que somos uma República”, explica que numa democracia
verdadeira, não essa maquiagem fajuta que protege uma parcela ínfima da
sociedade, mandamos todos nós, e numa República ou a nossa republiqueta, a
decisão coletiva ficou reduzida a 1%. O seu representante decide tudo por você
e são eles que criam e aprovam leis que dificilmente beneficiam a grande
parcela dos republicanos. O autor sustenta que nem nesse aspecto republicanos
somos, os deputados eleitos por nós, os
vereadores, os prefeitos, os governadores, os senadores não nos consultam sobre
nada.
E os municípios republicanos deste país, o que criaram de bom com essa forma de governo atrelada a um regime político que chamamos de “democracia”?
Aqui no semiárido
nordestino, a única República que vigora é a dos coronéis eletrônicos, das oligarquias,
das dinastias, dos poderes centralizados, dos comandos obedecidos por ordens
superiores que controlam todos os passos dos cidadãos como se vivêssemos numa
senzala prestes a ser colocados no tronco por não obedecer às regras impostas
pelos senhores. Que República é essa? O que temos para comemorar com a
República que construiu um fosso enorme nos sertões, que divide ricos, pobres e
miseráveis, porque os recursos são subtraídos para encher os cofres dos
políticos que jogaram o país numa crise profunda, que depois de muita gastança
achou como principal meta criar projeto
de emenda “disfarçado” de ajuste fiscal para sacrificar e empobrecer ainda mais
as classes menos favorecidas.
Ser civilizado,
patriota, brasileiro, republicano, democrata, diante da injustiça, de falta de
tudo que preconiza a nossa Carta Magna, não viver deitado eternamente em berço esplêndido,
nem bradar, nem retumbar, nem amar uma pátria idolatrada, talvez não seja esse
o nosso sentimento de brasileiro, assaltado pelos políticos que compactuam em
formação de quadrilha com empreiteiras os desvios grandiosos dos recursos
públicos, quando a nossa riqueza deveria servir a todos, principalmente os que
nesse momento estão nas filas das Unidades de Saúde esperando assistência, nas
escolas esperando uma contribuição dos governos para que se abram as portas de
dignidade através da educação, e tantos outros sonhos que nós “REPUBLICANOS” estamos
sendo impedidos de sonhar.
Não tenho o que comemorar com uma República mentirosa que diz que o Estado em sua forma de governo prioriza o interesse do povo.Que povo?
A parcela única que nesse
momento deve hastear a bandeira do Brasil com a mão no peito, cantando o Hino
Nacional e fazendo discurso hipócrita, ladeado por uma corja de ladrões
vestidos de paletós e gravatas, sendo aplaudidos por eles mesmos.
República? Que República?
Comemorar o quê?
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Blog do Paixão